Conheça esta bela orquídea que se encontra facilmente nos campos de Portugal.
Planta robusta, inconfundível, com uma roseta basal de folhas lanceoladas, fortemente onduladas nas suas margens e por vezes maculadas de um tom violeta escuro e um caule que vai dos 25 aos 40 cm, raramente atingindo os 50 cm. As suas flores estão dispostas em espiga densa, que encima o caule, sendo geralmente rosadas, de tons mais ou menos intensos, com máculas quase vermelhas, podendo por vezes aparecer formas hipocrómicas ou mesmo hipercrómicas, sendo estas últimas muito mais raras. As flores têm as sépalas e as pétalas dispostas em forma de capacete e o labelo bastante estendido, pendente e fortemente trilobado. As flores apresentam ainda um esporão não muito comprido, de forma cilíndrica, grosso e ligeiramente arqueado para baixo.
É umas das espécies mais abundantes em território português, por vezes com populações de largas centenas de indivíduos, podendo ser encontrada em espaços abertos ou na orla das florestas, em zonas de solos calcários, desde a região de Coimbra até ao Algarve. Nos locais onde coabita com as Orchis anthropophora (Aceras anthropophorum) podemos, por vezes, observar belíssimos híbridos entre estas duas espécies (Orchiaceras bivonae).
Tem uma época de floração relativamente precoce, durante os meses de Março, Abril e Maio, de acordo com as diferentes zonas do nosso país e as condições meteorológicas de cada ano, começando por florescer primeiro mais a sul (Algarve). Pela sua abundância e pelo seu perfil vistoso, são fáceis de observar, mesmo quando viajamos de carro.
© Texto e fotos de Américo Pereira para o Clube dos Orquidófilos de Portugal.